Como Investir no Tesouro Selic: Guia Detalhado

O Tesouro Selic é frequentemente apontado como uma das alternativas mais seguras e acessíveis dentro do universo de investimentos em renda fixa.

Quando buscamos como investir no Tesouro Selic, encontramos um produto que oferece baixo risco, boa liquidez e potencial de retorno vinculado à taxa básica de juros da economia, a Selic.

Nesta análise completa, explicamos o que é esse título, como funciona, quais são seus custos, a melhor forma de adquirir e várias dicas essenciais para quem deseja começar a investir com mais segurança e inteligência.


O que é Tesouro Selic?

O Tesouro Selic faz parte do programa Tesouro Direto, criado pelo governo brasileiro para possibilitar que as pessoas físicas comprem títulos públicos federais de forma facilitada.

O Tesouro Selic é um título pós-fixado cuja rentabilidade está atrelada diretamente à taxa Selic, a taxa básica de juros definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.

Em termos simples, quando a taxa Selic aumenta, a rentabilidade do título tende a aumentar; quando cai, a rentabilidade segue essa redução.

Como Investir no Tesouro Selic: Guia  Detalhado

Nós vemos no Tesouro Selic uma excelente opção para investidores iniciantes que desejam um porto seguro na renda fixa, pois apresenta:

  • Baixo risco de crédito: São títulos públicos, garantidos pelo governo federal.
  • Liquidez diária: É possível resgatar o investimento em qualquer dia útil.
  • Rentabilidade previsível: Atrelada à taxa Selic, que é divulgada publicamente.

Por que Escolher o Tesouro Selic?

Ao compararmos diferentes alternativas de renda fixa, percebemos que o Tesouro Selic leva vantagem quando procuramos segurança e liquidez.

Geralmente, investidores iniciantes têm receio de perder dinheiro ou ficarem presos a investimentos de longo prazo sem poder resgatar no momento desejado. Nessa perspectiva, o Tesouro Selic se destaca:

Como Investir no Tesouro Selic: Guia  Detalhado

Proteção contra a oscilação de juros: Por ser pós-fixado, acompanha a evolução da taxa básica de juros, reduzindo o risco de desvalorização.

Flexibilidade de resgate: Podemos resgatar a qualquer momento, ainda que haja incidência de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) nos primeiros 30 dias.

Simplicidade de aplicação: O processo de compra é simples e pode ser feito pela internet, por meio de corretoras ou pelo próprio portal do Tesouro Direto.

Acessível para diferentes perfis: Iniciantes encontram segurança e transparência, enquanto investidores mais avançados podem usá-lo como reserva de emergência ou parte de uma estratégia de diversificação.


Passo a Passo: Como Investir no Tesouro Selic

A jornada para investir no Tesouro Selic não é complexa, mas requer atenção a alguns detalhes importantes. Abaixo, descrevemos em etapas claras o que se deve fazer para adquirir o título com tranquilidade e eficiência.

1. Abra sua conta em uma corretora ou banco habilitado

O primeiro passo para comprar títulos do Tesouro Direto é possuir cadastro em uma instituição financeira autorizada. Podemos abrir conta em:

  • Bancos: Algumas instituições incluem a possibilidade de investir diretamente nos títulos do Tesouro.
  • Corretoras de valores: São opções mais populares entre investidores pela variedade de produtos, taxas competitivas e plataformas mais intuitivas.

O cadastro costuma ser simples e, após ser aprovado, você terá acesso à plataforma de investimentos, onde poderá escolher o Tesouro Selic ou outros tipos de títulos (pré-fixados e indexados à inflação).

2. Conheça as taxas e custos envolvidos

Antes de investir no Tesouro Selic, é fundamental entender todos os custos associados:

  • Taxa de custódia: A B3 (Bolsa de Valores) cobra uma taxa de custódia anual de 0,25% sobre o valor investido, dividida proporcionalmente ao tempo de investimento.
  • Taxa da corretora: Algumas corretoras podem cobrar zero de taxa de administração ou corretagem para Tesouro Direto, mas é bom conferir.
  • Imposto de Renda: A tributação segue a tabela regressiva. Quanto mais tempo o dinheiro ficar aplicado, menos imposto se paga. Após dois anos, a alíquota chega a 15%.

Com essas taxas em mente, podemos calcular a rentabilidade líquida esperada e ajustar nossa estratégia de investimento.

3. Selecione o Tesouro Selic na plataforma

Ao entrar na plataforma do Tesouro Direto (ou da corretora), encontraremos uma lista de títulos disponíveis, como Tesouro Selic, Tesouro IPCA+ e Tesouro Pré-Fixado.

Na hora de escolher o Tesouro Selic, é provável que encontremos duas opções, como Tesouro Selic 2029 ou Tesouro Selic 2027, por exemplo.

Esses números se referem à data de vencimento do título. Apesar da data de vencimento, podemos vender o título antes, pois há liquidez diária.

4. Defina o valor e realize a compra

Decidido o título, escolhemos o valor que desejamos investir. No Tesouro Selic, é permitido comprar frações de um título, o que facilita para quem tem montantes menores.

Uma vez escolhido o valor, confirmamos a operação na plataforma, que costuma apresentar o cálculo de rentabilidade baseado na taxa Selic em vigor no momento.

5. Acompanhe seu investimento

Mesmo que o Tesouro Selic seja estável e não exija monitoramento constante, podemos acompanhar a evolução do saldo pela plataforma da corretora ou no site do Tesouro Direto.

A cotação diária poderá variar, mas, em geral, a rentabilidade segue próxima à taxa básica de juros definida pelo Banco Central.


Vantagens e Desvantagens do Tesouro Selic

Assim como qualquer outro investimento, o Tesouro Selic apresenta características que podem ser vistas como vantajosas ou não, a depender dos objetivos de cada investidor.

Vantagens:

  • Segurança: Considerado o investimento com menor risco de crédito no mercado brasileiro.
  • Liquidez diária: Facilidade de resgate rápido em qualquer dia útil.
  • Baixa volatilidade: Por ser pós-fixado, sofre menos variações negativas de marcação a mercado.
  • Acessibilidade: Permite investimento com valores baixos.

Desvantagens:

  • Retorno menor em cenários de Selic baixa: Se a taxa de juros básica cai, os rendimentos podem não ser tão atrativos.
  • Incidência de IR e taxas: A tabela regressiva do Imposto de Renda e a taxa de custódia afetam a rentabilidade líquida.
  • Resgate em D+1: Embora haja liquidez diária, o valor do resgate leva um dia útil para cair na conta.

Custos e Tributação

Para entender como investir no Tesouro Selic corretamente, devemos analisar os custos e a tributação de modo detalhado.

A rentabilidade exibida nos canais oficiais é sempre bruta, ou seja, sem considerar impostos. Portanto, é essencial ter clareza sobre cada fator de custo:

  • Taxa de Custódia da B3: 0,25% ao ano.
  • IOF (Imposto sobre Operações Financeiras): Aplicado apenas em resgates feitos nos primeiros 30 dias da aplicação.
  • Imposto de Renda: O IR no Tesouro Direto segue a tabela regressiva, isto é, quanto mais tempo investido, menor a alíquota. Segue a lógica:
    • Até 180 dias: 22,5%
    • De 181 a 360 dias: 20%
    • De 361 a 720 dias: 17,5%
    • Acima de 720 dias: 15%

Tesouro Selic vs. Outras Alternativas de Renda Fixa

Ao avaliar como investir no Tesouro Selic, é comum compararmos com opções como a poupança ou CDBs oferecidos pelos bancos. Vejamos alguns pontos:

Tesouro Selic vs. Poupança

Rentabilidade: A poupança tem rendimento de 70% da Selic + TR (Taxa Referencial). Em cenários de juros baixos, a poupança se torna muito menos atrativa que o Tesouro Selic.

Segurança: A poupança conta com o FGC (Fundo Garantidor de Créditos) para valores de até R$250 mil, enquanto o Tesouro Selic é garantido pelo governo. Ambos são considerados seguros.

Liquidez: A poupança é líquida e não há pagamento de IR, mas para quem busca rentabilidade diária e melhor acompanhamento de juros, o Tesouro Selic tende a ser mais vantajoso.

Tesouro Selic vs. CDB

Rentabilidade: Os CDBs podem oferecer taxas atreladas ao CDI (muito próximo da Selic). Alguns CDBs podem ser mais rentáveis, mas também podem exigir prazos maiores ou volumes mínimos de aplicação.

Risco: CDBs são garantidos pelo FGC até R$250 mil por CPF e instituição. O Tesouro Selic é praticamente sem risco de crédito, pois a garantia é do governo.

Liquidez: Nem todos os CDBs contam com liquidez diária; alguns só permitem resgate no vencimento.


Estratégias de Alocação no Tesouro Selic

Um ponto crucial ao discutir como investir no Tesouro Selic é a estratégia de alocação. A depender do perfil de risco e dos objetivos, podemos usar o Tesouro Selic de várias formas:

Reserva de emergência: Devido à liquidez diária e à segurança, o Tesouro Selic é ideal para manter recursos que precisem ser acessados em situações urgentes.

Parte de uma carteira balanceada: Para quem investe em renda variável, o Tesouro Selic funciona como um contrapeso, reduzindo a volatilidade global da carteira.

Aportes regulares: Investidores que fazem aportes mensais podem utilizar o Tesouro Selic para aproveitar variações na taxa básica de juros ao longo do tempo.


Boas Práticas para Investir no Tesouro Selic

Definir objetivos financeiros: Antes de investir, é importante saber se o objetivo é curto, médio ou longo prazo.

Evitar saques constantes: Mesmo com liquidez diária, resgates frequentes podem reduzir a rentabilidade líquida devido a IOF e incidência maior de IR nos prazos iniciais.

Monitorar a taxa Selic: Embora seja seguro, o Tesouro Selic pode ter variação no rendimento em função das decisões do Copom ao longo do ano.

Diversificar: Ainda que o Tesouro Selic seja seguro, a diversificação é uma das melhores práticas para equilibrar risco e retorno em uma carteira de investimentos.

Gisleini Cipriani
Gisleini Cipriani
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